sábado, 22 de setembro de 2012

Capítulo 34

- e aí, onde vai ser a festinha? - Ka disse sorrindo e olhando pra Lívia insistentemente e minha tia fingindo não ter escutado, nem visto e olhava pra mim.
Ficamos um tempo ali sem falar nada, nisso Ka estalou os dedos, chamando nossa atenção pra ela, perguntando mil coisas sobre a cidade, sobre esse dia que estávamos passando em branco, mas claro, eu já tinha meu presente. O que? o que? Meu namorado do meu lado, é, me empolguei, não éramos namorados, mas digo...ainda, ainda não éramos! Minha esperança para que isso acontecesse nunca acabaria até que fosse real.
- Bom, por mim, posso comprar um bolinho e comemos aqui, pronto.
Todos ficaram calados esperando uma reação da Lívia. E enfim ela se manifestou, com um olhar meio apreensivo, passando as mãos uma pela outra, massageando-as.
- Tá, a gente pode sair, vamos à algum restaurante.
- Bem que a gente podia comemorar a sós né Bruna?Dá um desconto, é pra durar pelo resto do ano - Gui cochichou.
- Ahan e deixar todo mundo sozinho, só pra te satisfazer né? Tá doido se acha que eu quero isso. Prefiro ir no restaurante com todos, além do mais a Lívia sempre esteve comigo, não me imagino tirando ela do meu lado. Já passei muito tempo contigo lá e você sabe disso, só não quer enxergar.
- Nossa, mas meu Deus, que grossa!
- Não, só realista.
Ele saiu do nosso abraço, que me abraçava por trás e foi no meu quarto olhar a decoração como me falou antes de sair. Enquanto isso eu e a turma ficamos decidindo que restaurante ir e procurando nomes numa lista telefônica que a Sílvia tinha conseguido da cidade mesmo. Eu saí de fininho e fui observar o que o Gui fazia. Ele estava virado, tirou a camisa jogou na cama e pulou na cama, o que me deu vontade de rir, mas ele não tinha me visto e eu não queria estragar ficar vendo ele por alguns segundos ou até minutos. Ele pegou o porta retrato que ficava na mesinha de cabeceira e ficou olhando, era uma foto minha e me deu até vergonha. Ele se virou e me viu ali, baixou o olhar e ficou olhando as tatuagens no braço, nisso cheguei pertinho dele.
- Faz muito tempo que tá aí?
- Não, só um pouquinho.
- Aqui faz calor né?
- Ahan.
Revirei o olhar pelo quarto e sentei na cama pedindo desculpas e ele me puxou pra cima dele e me abraçou forte. Saí de cima dele e ficamos lado a lado na minha pequena cama.
- Sabe que eu nunca gostei desse monte de tatuagem no braço dos homens? Eu no mínimo julgava que eram todos bandidos, que viviam de festa de rock, nunca imaginei que tu fosse bonzinho.
Ele ria e eu pus meu braço direito em seu peito, sentindo seu corpo quente.
- Eu acho que nunca vou fazer uma, acho tão banal, mas em ti eu acho tão lindo, é meu paradoxo isso, é paradoxo que diz? Acho que sim.
- Tou pensando em fazer mais uma - ele falou cheirando meu cabelo e eu fiquei fazendo cara de hãm?sem ele ver. Porque... pra que uma pessoa cheira o cabelo da outra, ainda bem que eu tinha lavado, por que se não...
- É? E pensa em tatuar o que?
- Uma estrela, uma onda, não sei bem ainda.
- Como desenhar uma onda? Isso não existe, mas por que pensou em estrelas ou ondas?
- Porque me faz lembrar você, uma onda porque você vai passar um tempo longe de mim, mas um dia vai voltar, uma estrela porque quando você lembra aquele dia que a gente tava no terraço do apartamento e olhávamos pras estrelas e você inventou de dar o nosso nome pra uma? É isso, essas duas coisas ia fazer lembrar você.
- Não sei não, tatuagem é pra vida toda, mesmo que tente tirar vai ficar a cicatriz lá, aí se a gente se separar um dia, você vai olhar pra ela e dizer que não valeu a pena, faz nada não, deixa assim mesmo, deixa espaço nesse teu braço, que tá já bom. Se eu fosse tua mãe não teria deixado tu fazer nenhuma.
- Mas e quem sabe se a gente vai se separar?
- É isso que acontece, os casais ficam, namoram, se separam e ponto final.
- Não gosto de pensar no amanhã e tá bom de fazer o mesmo, isso não é regra.
Ele deu uns tapinhas na minha mão. Fui ligar o ventilador e coloquei pra girar, bateu uma saudade do ar condicionado nessa hora, mas fingi que nunca tive pra não ficar infeliz. Fui na cozinha pegar algo pra comer e só achei fruta na geladeira, coisa que eu não aceitava era ficar comendo fruta, eu gostava mesmo era de comer porcaria. Pedi uns trocados pra Lívia e fui na mercearia da esquina comprar algo pra comer, cheguei lá meus olhos brilharam de tanta besteira nas prateleiras, logo peguei uma batatinha de pacote e um refri bem gelado no freezer. Voltei e fui tomar um banho, me trocar no quarto da Lívia, coloquei um shortinho e uma blusinha largadinha, pra dormir. Estava na hora, já que desde o dia anterior não tive descanso. Voltei ao meu quarto e parece que Gui estava entediado só vendo o teto e cantando algo baixinho. Cheguei com tudo e pulei em cima dele e comecei a rir sem parar, eu machuquei ele! Ok, como Gui me aturava? Que pirralha.
- Por que não brinca um pouco no pc? Vou comer.
- Brinco? Tá bom.
- Tá, não fica com raiva, só não quero que fique entediado aí, com essa cara.


Um comentário:

  1. Gente falta pouco pra fic dar uma guinada, esperem só pela festinha da Brubs e depois vai ter o que falei, espero que gostem e continuem lendo!

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