quinta-feira, 7 de março de 2013

Capítulo 47

É, não teria nada mais perfeito que minha volta com Gui, mas eu não aceitei logo de cara, propus que ficássemos apenas, quando a gente quisesse, quando desse. O caso é que eu confiava nele a ponto disso, de pensar que ele não me trairia mesmo a gente não tendo um relacionamento sério. Pensei que assim poderíamos medir o grau de necessidade um do outro, de saudade, aí quando estivéssemos seguros, voltaríamos, ele aceitou e até achou uma boa ideia, o que me impressionou já que ele gostava mais de namorar que de ficar.

2011

Já faziam quase dois anos de "convivência" com Gui, éramos quase irmãos, tá eu exagerei, éramos amigos coloridos e quem diria que ele aguentaria ficar nesse "vai, não vai". Em se falar de escola, é, eu estava livre desse mini inferno que foi pra mim, não havia passado no vestibular em 2010. Continuava com os mesmos amigos. Ka estava toda de chameguinho com um amigo que conheceu nas férias, talvez fosse nossa sina nos aproximarmos de pessoas envolvidas com musica, esse tal garoto tocava bateria, isso me fazia lembrar Manu que era louca numa bateria e queria muito ter aulas e veja só, essa poderia ser uma ótima oportunidade, mas só se ela viesse nos visitar. Manu estava trabalhando pra manter sua faculdade, seu curso só tinha na particular por isso ela optou por investir nisso. Ahhhh outra novidade...Marcos pediu Lívia em noivado, isso fazia ela começar a pensar em voltar para nossa origem, ela queria ficar perto dele. Eu já estava adaptada, mas onde ela quisesse ir eu iria junto. Prestes a completar a maioridade, eu só pensava em conseguir um emprego e comprar um carro, foi aí que comecei a fazer cursos, ao sábado era de auxiliar de escritório que era de graça e só pagaria o diploma, na semana eu fazia curso de espanhol que por sinal eu era bolsista por ter chegado lá em casa um cupom com desconto se eu fosse me matricular até tal dia. De vez em quando eu lia alguns livros de literatura, ficava me preparando para o Enem daquele ano, eu queria tanto passar, por Deus! Só que eu deixava de lado a matemática pois já tinha problemas demais na minha vida como ia conseguir resolver os de matemática?
Um dia eu estava na rua e vi uns tatuadores de rena e fiz uma borboleta no ombro e meu nome embaixo, isso significou pra mim que eu era igual ela, passava por metamorfose. Logo eu que não gostava de tatuagens...pois é! Iria surpreender as pessoas.
Chegou o domingão e eu e Lívia fomos correndo já planejadas pra nossa cidade natal, lógico que não correndo, é modo de falar, fomos no carro dela. Era dia 17 de julho, para muitos é uma data sem importância, mas para mim era o aniversário do meu príncipe. Então eu queria que fosse lindo, que ele estivesse rodeado de pessoas que o amam...dentro do carro eu ficava imaginando o que fazer quando o visse na minha frente, faziam 2 meses que não nos víamos e logo no dia do aniversário dele eu iria dar as caras, claro que a gente se falava por redes sociais, celular, mas não é a mesma coisa que falar pessoalmente e eu ficava mais que tímida na frente dele, não sabia como reagir, só queria ser perfeita e pobre de mim, não sabia que ele gostava de mim por minhas imperfeições! Quando estávamos uma cidade antes de chegar paramos em um posto e tinha uma conveniência, então eu com alguns trocados fui procurar algo para comprar ali para conseguir presenteá-lo, eu devia ter comprado isso antes, mas resolvi fazer algo criativo e de última hora para ver no que dava, o que importava era ser de coração para ele perceber isso e gostar da minha boa vontade. Entrando lá só tinha umas revistas, uns chocolates, energéticos, comida e nada que realmente fosse útil para ele. Gui era tão homem que as vezes me dava medo de ofendê-lo dando uma bobeira qualquer. Então eu voltei pro carro com uns bombons de chocolate, serenata de amor, seria isso a unica coisa que eu poderia dar? Pensei e pensei, então eu comecei a pensar em uns versos, logo peguei minha agenda da Minnie edição 2011, toda rosa, fofa, enfim, peguei uma caneta e fui anotando o que vinha na minha cabeça e como vinham ideias! Coloquei no topo da página "Estar comprometido com alguém significa estar obrigado a cumprir aquilo que prometeu. Seja o que for prometeu tem que cumprir e eu te prometo amor eterno, não importa o que houver, você do meu coração não sai!" Daí comecei a escrever a musica que eu tinha composto ali mesmo naquele posto de gasolina. Que diz assim:

Já tentei te falar
Tanto te explicar
Mas você não deixa escolha
Seus olhos gravaram em mim
Desde que te vi não consigo evitar

Agora eu quero te ver
Sem perceber
Como está tão longe assim

Me dê a sua mão e seu coração
Vem pra mim
Irradia meu dia
Com simpatia e calor

Vem se apaixonar
Vem me levar
Meu amor

Tudo me faz lembrar você
Vem me ter
Tudo me faz lembrar você
Vem me ter

Chegamos na casa da Tia Dora e ficamos conversando um bom tempo até que eu pedi que fossemos ver o Gui, todos concordaram e foi praticamente a família toda, tá exagerei de novo, foi a minha prima, tia Dora e a Lívia e eu só curtindo andar de carro pela cidade, eu adorava aquele ar de cidade praiana. Com uma meia hora chegamos na casa dele. Estava tendo almoço e eu fiquei super envergonhada, mas Gui nos convidou pra almoçar com eles, eu disse que estava cheia de comida e era mentira, só que eu tinha vergonha de comer na frente de muitas pessoas. O chamei num cantinho e entreguei pra ele a folhinha da musica e da frase e coloquei dois bombons de chocolate em sua mão.
- Foi o que deu no meu orçamento de não estudante e desempregada - risos.
- Boba, sua presença já é o suficiente.
Ele sorriu e passou sua mão por trás do meu cabelo, me puxando contra seu corpo e fazendo nosso lábios colarem, nisso rolou. Lábios macios do Gui, no meu ressecado do sol, línguas dançando e mordidas pra apimentar o momento e matar a saudade do beijo. Finalizamos com um abraço forte e cada um beijando o pescoço ou bochecha do outro.
- Mas você me surpreendeu, não avisou que tava aqui, a gente podia ter ido pegar um cinema ontem.
- Não...cheguei hoje Gui, 11 horas cheguei, agora é o que? 13:30? - olhei no relógio - É, isso mesmo!
- Vai ter festinha, os meninos organizaram uma galera pra comemorar na pizzaria, vamos?
Ele segurou minha mão e a beijou, me olhando.
- Se a Lívia deixar eu vou, - sorri sem graça - vocês vão cantar lá? Algo do tipo.
- Nãoooo, só comemorar mesmo.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Capítulo 46

Eu estava ansiosa, sentindo lágrimas escorrerem dos meus olhos, eu as limpava, mas elas insistiam em cair e nem lembro mais por que chorava, pois de tantos sentimentos eu só conseguia em um, no amor que sentia por Guilherme, na fome de tê-lo comigo. Era difícil pra ele a situação por completo e pra mim também. Dei umas cochiladas e acordei, sei que deu 6:00 e eu estava ali sem sono. Fiz minha higiene, coloquei uma legging e uma blusa batinha, caidinha no ombro e fazendo um rabo de cavalo enquanto andava. Cheguei a cozinha e fiquei com vergonha de mexer na geladeira, mas eu tinha que comer algo. Sr. Marcílio veio até a mim.
- Costuma acordar cedo assim Bruna?
- Sim, eu estudo pela manhã, só que acordo forçada sabe? Mas dessa vez é que não consegui dormir direito.
- Você gosta mesmo do meu filho né? Eu percebo pela sua determinação de vir até aqui só vê-lo, enfrentando a estrada e fica tão preocupada.
- É, na verdade eu...
Fui interrompida pelo celular dele chamando. Resolvi pegar uma maçã na fruteira e fui pro quarto comendo. Liguei pra Lívia, pois nessa hora ela já deveria estar chamando a polícia para vir atrás de mim de preocupada e chateada. Conversamos um pouco e eu vi o tempo passar lentamente na minha frente. Já era hora do Gui voltar pra casa, a campainha toca e eu corro pra atender por que não tinha ninguém em casa. Quando abro lá está ele em pé, foi meu foco e eu juro que queria ficar agarrada nele até que alguém me empurrasse. Mas quando olho pro seu lado estava Giovana, sua namorada, ele deu um sorrisão pra mim sem notar ela, eu não pude fazer o mesmo, mas nossos olhares ficaram cruzados por um minuto e dona Goretti tentou empurrá-lo para dentro da casa, então entramos todos, quer dizer, eu já estava dentro. Sentaram-se no sofá e Giovana perguntou quem eu era, daí Gui respondeu:
- Você não acha que tá na hora de ir embora? Seu teatrinho já acabou Giovana e viu só no que deu. Acabou.
Nisso dona Goretti e seu Marcílio me levaram pra cozinha enquanto os dois conversavam sobre seu namoro e esperamos bastante! Só que ela foi embora e Gui veio correndo me chamar, agora ele queria deixar claro nossa situação e eu o que eu ia fazer? Não escutá-lo, não entende-lo como da ultima vez? Fiz tudo o contrário e ele foi super carinhoso comigo, me tocava enquanto falava, olhava dentro dos meus olhos.
- Eu não quero te perder Bruna, nunca mais.
Me abraçou e eu correspondi, sabendo que namoro a distancia não era bom, mas aceitei tudo, eu só o queria mais e mais. Desde o primeiro dia que o vi senti, é você Guilherme, só você!

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Capítulo 45

Eu ficava olhando pela janela por cada cidade que passava eu me perguntava que horas iríamos chegar. Depois de 4 longas horas eu estava lá, peguei um táxi e fui direto pro hospital. Chegando no Residense liguei pra Manu perguntando se ela ainda estava ali, mas ela disse que já estava em casa, pediu que eu procurasse pela Goretti, que é a mãe do Gui e eu lógico sabia. Já eram 19:00, saí procurando por notícias no balcão e a atendente me falou o quarto e fui procurando, quando cheguei enfim, respirei fundo e abri a porta. Depois de tanto tempo eu o via de novo, ali descansando, sorri pra ele, mas claro ele não sabia disso. Vi dona Goretti sentada num sofá que tinha lá dentro e a abracei. Estava frio, fiquei me abraçando de frio pelo ar condicionado e ela me deu seu moletom e foi buscar um café na lanchonete, queria me deixar sozinha com Gui. Me aproximei e beijei sua testa, passei a mão no cabelo dele e dei uma respirada.
- Eu tô aqui Gui, eu pensava que nunca mais ia te ver nem pintado a ouro, mas tô aqui, pra cuidar de você, vai ficar tudo bem. Confia em mim, por que...por que...eu te amo - suspirei.
Nisso chegou o Dr. Cristiano no quarto e disse que ia examiná-lo, aí eu fiquei observando, eu não queria sair dali. Ele pegou tipo uma lanterninha e abriu os olhos do Gui passando a luz e depois olhou no aparelho os batimentos e tudo que eu não sei explicar porque não sou médica.
- Doutor, ele vai demorar muito pra acordar?
- Creio que não, ele não está com sedativos e acho incrível ele não ter acordado ainda, deve estar bem cansado.
A mãe do Gui voltou com dois cafés e me entregou um. Sentei no sofá e esperei o médico sair para que pudéssemos conversar.
- Bruna que bom que você veio, o Gui quando estava louco perguntando por você, se já tínhamos te avisado, se você viria. Isso foi por cerca de 14:00 quando ele acordou, mas depois ele dormiu de novo, já está na hora de acordar, você vai querer um tempo com ele?
- Não, imagina, acho que a família prevalece nessas horas. Então de madrugada ele estava na UTI e agora pela manhã veio pro quarto, é isso?
- Não, foi pela tarde mesmo. Ele tava todo machucado mas conseguiu falar com dificuldade e foi você a primeira pessoa por quem ele perguntou no quarto quando acordou.
Chegaram no quarto os meninos, Thiago, Ian e David, cumprimentei todos e eles ficaram conversando com o Gui mesmo desacordado, eu saí para que pudessem ficar como a família que eram. Fiquei na recepção esperando por notícias, dei uma cochilada lá e quando acordei o Sr. Marcílio estava me chamando.
- Pode ir pra casa se quiser, ele já está bem.
- Não estou cansada não, é só impressão, é só que eu viajei muito, posso ficar aqui, quero vê-lo acordar.
- Tudo bem.
Fiquei ali lembrando da nossa primeira conversa do camarim, do primeiro show, do nosso primeiro beijo, eu queria arrancá-lo daqui e levar pra ficar só comigo, pra eu cuidasse, desse meu amor. Passei a noite toda ali e de madrugada resolvi fazer aquela visitinha, não tinha ninguém no quarto, por milagre.
Fiquei falando baixinho.
- Gui acorda, Gui acorda.
Mas nada, aí eu me sentei no sofazinho e levei as mãos a cabeça e ficava pensando "Como dorme cara".  Fiquei olhando pro chão e escutei um grunhido, olhei pra frente e Gui se mexia. Meu coração acelerou, nosso reencontro era agora. Me aproximei.
- Gui? Tá me ouvindo?
Ele ainda estava de olhos fechados.
- Bruna?
- Sim Gui, abre os olhos, abre os olhos Gui.
Ele fez o que eu pedi aos poucos e me olhou, com um leve sorriso, sem mostrar os dentes, tentou levantar-se, pra ficar só sentado, mas se queixou de dor de cabeça e eu pedi que ficasse quietinho.
Tentei sair, mas ele segurou meu braço.
- Não vai, fica aqui, não vai embora de novo.
- Mas eu preciso chamar o médico, vai que ele precisa te examinar.
- Mas eu tô bem, não tá vendo? - tentou rir - só preciso de você aqui.
- Gui, eu vou lá e já volto.
- Cadê minha mãe? Cadê meu pai?
- Eu realmente não sei onde eles se enfiaram - risos - Mas vou procurar saber e pedir que venham te ver, afinal você tá acordado, eles tem que conversar com você. Ai desculpa eu ter te acordado, mas não resisti.
- Tá tudo bem, vai.
Fui atrás do médico e em poucos minutos estávamos dentro do quarto, ele pediu que eu saísse dessa vez e eu obedeci. Fiquei tentando escutar atrás da porta o que eles falavam e liguei pra mãe do Gui avisando e eles subiram pro andar do quarto, estavam apenas comendo algo na lanchonete.
- Então Bruna onde você vai ficar? Por que suponho que agora que viu o Gui bem, de olhos abertos queira ir descansar.
- Ai dona Goretti, eu não sei sinceramente, eu vim pra cá sem planejar nada.
- Então, eu tava conversando com o Marcílio e nós chegamos a conclusão que você pode ficar na nossa casa, amanhã o Gui vai ter alta e vocês podem conversar e tudo mais.
- Eu não quero incomodar.
- Mas não vai Bruna, nós que queremos que você vá!
- Então tudo bem, vou pegar minha mala no quarto.
Entrei rapidão no quarto pedindo licença ao médico e ele entendeu e tudo ficou bem. Fui pra casa deles junto com o Marcílio, chegando lá ele me deixou no quarto de serviço, que nem parecia de serviço, era como de hospedes, mas eles chamavam de serviço. Tomei um banho demorado e deitei na cama, pensando na vida.

Capítulo 44

Nisso a "gente" terminou o trabalho e foi fazer um lanche e no decorrer do dia era assim, duas atividades e lanche. Tiramos algumas fotos, por que era uma paisagem linda, dava um book de tanta foto...no final do dia, era 17:00 por aí pegamos o ônibus e fomos embora, uma bagunça só lá dentro! Luan estava perdido e eu percebi isso, por que ele não sabia o que fazer, o que conversar, daí eu tentei ir até ele e conversar mais não consegui por vergonha de chegar junto, sabe? Fiquei na minha, quietinha na minha poltrona e peguei o fone pra passar o tempo escutando algumas musicas, quando dei por mim a Camila estava cochilando do meu lado, eu dei uma risadinha e ela acordou, perguntando o que era e eu claro falei que ela estava dormindo e achei engraçado, umpf que incomodada eu sou! Mas ainda faltava um pouco pra chegar então eu fechei os olhos deixando a musica me guiar, nisso eu só posso ter dormido por que não me lembro de nada, quando acordei senti o Léo sacolejando e me chamando pra descer do ônibus, eu levei um susto e me levantei de uma vez acabei pisando em falso e meu pé começou a doer instantaneamente. Aí ficou todo mundo me olhando e eu pedindo sos lá, as pessoas ficavam me olhando e descendo, nisso o Léo pegou minha mochila e colocou nas costas e apoiou meu braço no meu ombro dele pra que eu pudesse andar sem forçar o pé, saímos do bus e a Camila ficou preocupadinha, juntamente com Luan e Luísa e eu fiz uma cara de "Hã, Luísa preocupada comigo? Não era ela que ficava dizendo pra eu não chegar perto dela e do seu namorado?", mas eu fingi um sorriso de que estava bem. Logo após chegou o Cadu, deixa eu explicar com muita emoção quem era esse...aluno do terceiro ano, estudioso, lindo, cabelo grandinho, sempre com seu boné na cabeça, alto, pele macia como nunca vi de outro alguém e eu tive a sorte de ser assediada por ele, não, assediada é pesado, eu tive a sorte de ser...como posso dizer? Paquerada por ele, ele chegou a tocar meus cabelos, mandar bilhetinho pra mim, recados por amigos e nós sorríamos um pro outro sempre que nos víamos, resumindo, era ele meu primeiro amor, amor mesmo, não existia paixão ali, cheguei a sentir minhas bochechas queimarem de vergonha, eu não sabia como reagir diante dele, meu coração ainda sentia que nossa história não chegava ao fim, mas Deus compensou a dor que eu senti por ele colocando Gui no lugar, mas Gui também era uma história incompleta e não havia chegado ninguém pra curar seu lugar em mim. Tentei parar de pensar tanto e ele falou com Luísa, dizendo que tinha ido buscá-la pra irem pra casa dele. Senti meu mundo cair, eles estavam mesmo juntos. Léo numa rapidez só me olhou, ele sabia o que eu poderia estar sentindo, era seu dever como meu amigo saber. Então ele beijou minha bochecha e disse:
- Vamos pra casa também amor? Vou passar o dia cuidando desse pezinho machucado.
Eu olhei pra ele e sorri espontaneamente, olhei pra frente e Cadu me olhava, como quem quisesse dizer algo, mas nada disse, pegando na mão da Luísa e saiu. Luan continuou ali e estava todo desentendido olhando pra gente.
- Que foi isso Léo?
- Quero sair daqui, me leva logo Léo. - Eu disse.
- Vocês não vão me explicar nada?
- Não cara, não tem nada pra explicar, o que aconteceu demais? Nada! Só tava sendo carinhoso com a Bruna.

Alguns meses depois

Tudo corria bem quando recebi uma ligação de um numero desconhecido, eu estava em um super banho de piscina com as amigas que eu tinha dali. Lógico eu não entrei na piscina, só observava. Atendi então.
- Oi, quem é?
- É a Manu, Bruna é você né?
- Ah é você? Oi Manu, quanto tempo, me esqueceu né? Que amigona você hein?É a Bruna sim, que foi?
- Tô aqui no hospital e...-eu a interrompi e não deixei continuar.
- No hospital? Como assim, o que aconteceu? Me conta agora, você tá bem?
- Não, eu tô bem, o problema é com o Guilherme, ele tá muito mal, ele sofreu um acidente de carro.
Eu escutei aquilo e não acreditei, deu um aperto no meu coração e forcei para que as palavras saíssem.
- COMO ASSIM MANU? QUANDO FOI ISSO?
- De madrugada e eu fiquei sabendo pelo Ian, ele me ligou. Ele brigou com a namorada e ficou muito estressado e saiu sozinho no carro do restaurante que os três estavam.
- Não acredito Manuela, eu preciso ir pra aí. O que vou fazer? Tenho que ligar pra Lívia.
As lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.
- Ele vai ficar bem, fica calma, eu só te liguei por que sei o que vocês passaram. Espero que não tenha feito mal.
- Qual o hospital? Me fala!
- No Residense.
Desliguei o celular e fui vestir minha roupa no quarto, fiz tudo muito rápido, peguei tudo que tinha meu espalhado na cama e enfiei na bolsa. As meninas me viram sair correndo e ficaram chamando pelo meu nome, mas eu não falei nada só saí. Sorte minha que o Léo apareceu, puxando meu braço e perguntando o que acontecia,só consegui chorar e o abracei tão forte que não me dei conta, era meu refugio seus braços. Aos poucos entre soluços fui contando e ele pegou sua moto de dentro da casa e foi me levar até em casa. Chegando lá ele tirou o capacete e deu um beijo na minha testa me desejando sorte. Entrei em casa e fui direto pro quarto sem dar uma palavra com Lívia, joguei todas as minhas roupas na cama e comecei a colocar na mala, nisso a Lívia me escutou chorar e veio tirar satisfação do que acontecia, contei tudo e ela me acolheu, falou coisas lindas pra me acalmar, mas não queria que eu viajasse sozinha e daquele jeito que eu estava exaltada.
- Bruna a gente pode ir amanhã, eu desmarco tudo que tenho e te levo de carro, mas agora não.
- Não adianta Lívia, eu quero ir agora.
Dei as costas pra ela e peguei algum dinheiro na gaveta e parti dizendo:
- É o Guilherme que está precisando de mim, não posso deixá-lo sozinho.
Saí correndo e peguei um táxi que me levou até a rodoviária e o próximo ônibus daquele domingo sairia as 15:00, eu esperei e com passagens em mãos entrei naquele ônibus vazio. 

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Capítulo 43

Cheguei no quarto e vi que minha bolsa estava lá em uma cama, com meu livro em cima. A cama era a ultima, próximo ao banheiro, aproximei dela e afastei a mochila, nisso me esparramei literalmente na cama, dali eu não queria sair até porque me sentia mal, é coisa minha viajar e me sentir mal depois, com um embrulho no estomago, talvez seja normal ou normal pra mim. Fiquei conversando com as meninas e pedi que guardassem meu nescau na geladeira e deixei os biscoitos na bolsa mesmo. Camila sentou na cama e ficou me chacoalhando pra eu levantar, me chamando de preguiçosa e tudo mais. Eu nem me importei, continuei ali. Mas depois de um tempo cedi e fomos andar um pouco, até que encontrei um banco e fui sentar, mas que menina preguiçosa! Lá fora eu pensava "Ligo pro Gui? Estou com saudade, que mal tem?", mas eu seria uma tonta se ligasse, mas eu queria ligar pra desculpar por tudo, mas aí pensei de novo "Não cara, essa história já deu o que tinha que dar". Quando eu estava perdida em meus pensamentos, recebi uma ligação que era de Lívia. Desliguei com uns minutos e lá vem a Cami me pedir favores, queria que eu fosse chamar o Léo, eu detestava ter que fazer esse tipo de favor, de ir chamar tal pessoa, ainda mais quando esse ser estava conversando com alguém ou em volta de milhões de pessoas, como ele estava. Tinha mais ou menos uns 10 meninos parados esperando alguém ir buscar a bola que tinha saído do campinho, andei toda devagar, olhando pro chão e cheguei até lá, dei um grito por Léo que estava do outro lado mas ele não escutou, fiquei morta de vergonha porque me viram chamar ele umas duas vezes e nada dele vir, fiquei no vácuo! Aí um menino alertou ele e até que enfim veio, vinha mais lesado que uma tartaruga. Até que alguém chegou do meu lado antes dele e eu tomei um susto, dei aquele grito e todos me olharam, que vergonha! Mas a menina foi passando e riu de mim.
- Léo, a Camila tá te chamando.
- Belo susto hein? - risos - o que ela quer?
- Ah idiota, para! Sei lá, acho que sua ilustre presença.
Ele ficou quieto e logo após me virou e apoiou seu braço em meu ombro e saímos. Chegamos e sentamos no banco, ele do meu lado e Camila em outro banco de frente pra nós.
- Na boa, vocês parecem um casal, mas eu super apoio, são muito fofos.
- Ah tá - eu ri - já podem conversar, eu vou acho que vou me deitar um pouco, lá no quarto. Tô com muita preguiça.
Levantei e o Léo me puxou de volta.
- Não, já que vai começar as atividades, fica aí rapaz.
Ele praticamente me sentou no banco. Nisso chegou a Luísa com seu irmão, me perguntei o que aquela garota fazia ali, mas lembrei que ela falava com Léo, Léo falava com o irmão dela e por aí vai, ela acenou pra mim e eu fiz o mesmo. Léo cochichou pra mim que ela tinha voltado com o menino que eu era afim, fingi que aquilo era pouco caso só pra ele não vir com mais historinha. Fiquei admirando o Luan e na minha cabeça passavam milhões de coisas fora ele, que fique bem claro. O nosso instrutor nos chamou pra começar as atividades e Luan foi convidado a ficar com metade dos alunos, já que ele era mais velho e não da nossa turma, iria cuidar para que cumpríssemos tudo. Eu como uma aluna desaplicada que era fiz a Camila resolver tudo pra mim e dar na minha mão, quando fomos no laboratório que ficamos em grupo ela fez tudo também, olhou as películas da planta e tal, que era o pedido, fez o experimento com a galera e eu só olhando e anotando no caderno: Quero sair daqui! Luan passou avaliando os trabalhos e deu uma bela olhada no meu caderno e começou a rir. Chegou próximo ao meu ouvido e falou:
- Eu te levo, também não aguento ficar olhando vocês - risos.
Olhei pra ele e voltei a olhar pra bancada.
Camila estava do meu lado e cochichou:
- Hm, tá rolando aquele clima hein?
- Ahã, tá mesmo! Deixa de ser tonta Camila, já parei de brincar com esse assunto aí...
- Tá, sei!
- É sério



domingo, 16 de dezembro de 2012

Capítulo 42

De repente me deu uma louca vontade de viajar pra cidade onde estavam todos meus amigos, eu não sei, senti uma sensação estranha, um aperto no coração e contei tudo a Lívia, mas ela não podia fazer nada já que agora nossa vida era ali, naquela pequena cidade, odiava o fato de esperar até natal pra voltar ao meu lar, fui acostumando a ter que esquecer da minha própria vida, não foi fácil superar, mas aceitei. Ficamos conversando e achei uma revista de bolos e receitas de doces, aí veio a ideia de fazer um, estava sem nada pra fazer mesmo, pedi ajuda a Lívia mas como uma boa "mãe" se recusou, até me admirei porque Lívia era minha melhor amiga, tia, companheira pra todas as horas. Aí desisti, fui procurar algo melhor pra fazer. Amanhã seria o dia da aula de campo, então naquele dia mesmo fiz Lívia ver o comunicado e assinar pra eu entregar pra coordenadora. 
Dia seguinte
O sol entrava pela janela, forte, nisso fechei as cortinas e me deitei um pouco, deu preguiça de ir tomar banho e ir me arrumar para a escola, fiquei escutando musica. Nisso chegou uma ligação no meu celular, atendi com o fone mesmo.
- Oi Camila, que foi?
- E aí já vem pra escola? Já tô aqui e tem algumas pessoas também, já viu a hora? Já é 6:30. Tem que pegar  o primeiro ônibus cara, sempre é o melhor e além do mais quando chegarmos lá vamos passar um bom tempo sem fazer nada só esperando o segundo ônibus chegar.
- Ai sério que vai no primeiro? Acho que vou só no segundo. Nem levantei ainda, tô com preguiça!
- VEM AGORA, TÔ MANDANDO. E vou desligar, vou te esperar, se tu não chegar até 7:00 te mato.
- Tá bom vou ver aqui. Beijo, tchau.
Fim da ligação
Eu tinha meia hora pra tomar banho, me higienizar e chegar a escola, por que eu não gostava de ficar brigada com a Cami por besteira, ela era assim, se irritava com pouco, gostava das coisas do seu jeito. Pulei da cama, fui correndo escovar os dentes e depois tomei um banho rápido, finalizando com um óleo corporal, depois me enchuguei e passei hidratante, passei perfume e comecei a montar meu look, que era uma camisa branca baby look, um moletom rosa clarinho com a figura de um pato e coloquei uma calça jeans, fui calçando meu all star e joguei uma toalha de rosto, um perfume e meu kit de batons na mochila, coloquei também um caderno, um livro que não era escolar e sim de romance, adicionei uma escova de cabelo, uma escova de dentes e um creme dental e enchi de pacotes de biscoito e salgadinho de milho. Passei no quarto pra ver Lívia e dar um tchau, mas ela não estava ali, então fui até a cozinha e aí sim, achei-a. Estava preparando um cafezinho, dei um sorriso de canto e fui dar um abraço nela.
- E aí preparada?
- Super, acho que vai ser muito bom.
Ela sorriu e eu sentei na mesa pra tomar o café. Terminado ela foi me deixar e parou bem em frente a porta da escola, o que detestava, porque era tímida ainda e todos ficavam olhando pro meu rosto. Desci e o ônibus já estava parado na esquina e consequentemente Camila já estava lá dentro, fui caminhando e chegou uma mensagem dela dizendo o que eu já previa, mas falava também que havia guardado dois lugares, caso alguém pegasse um e ela não pudesse evitar. Já estava perto do ônibus quando escuto ao longe alguém me chamar.
Xx: Bruna, Bruna, espera aí.
Eu não reconheci porque estava meio longe, mas virei e vi que era Léo, dei um largo sorriso e ele retribuiu com seu velho e bom sorriso de canto sem mostrar aqueles perfeitos dentes ao sorrir. Ele vinha com uma mochila nas costas, aquelas que parecem que tem sua casa dentro de tão grande e eu nem sei pra que! Esperei ele chegar próximo a mim e entramos juntos, procurei por minha poltrona e Camila, ela estava exatamente na ultima poltrona do ônibus. Léo olhou e viu uma poltrona do lado pra ele e sentou, colocando sua mochila na poltrona da janela e eu sentei na minha ao lado de Camila colocando minha bolsa nos pés.
Sorri pra ela e esperamos o professor de biologia e a coordenadora entrarem, então depois de cinco minutos partimos rumo a serra. Tirei meu livro de dentro da bolsa e fui tentar ler, coloquei fones no ouvido e aleatório no celular, pra tocar a que ele quisesse me guiar lendo aquele livro. Camila pediu pra ver a capa e eu mostrei, mas como conversavam aqueles alunos, era demais, eu quase escutava, só que coloquei no ultimo volume minha musica. Balançava demais, movimentava demais, fechei o livro e fiquei só na musica e dividi o fone com minha amiga. Nisso o Léo foi querer falar comigo e fui grossa com ele confesso, disse que não gostava de quem conversava comigo quando estava no meu mundo fechado, ele entendeu e virou o rosto, olhando janela a fora, mas me senti culpada aí tentei falar com ele, mas seus olhos estavam fechados, parecia estar descansando. Fui até o lado dele, tirei a mochila da poltrona perto da janela com dificuldade e cuidado e me sentei naquela cadeira, vi que ele abriu um olho, me olhou e fechou de volta, nisso eu dei uma cutucada, ele nem se mexeu pra falar comigo, não falou pois impliquei de novo, dei uma mordida no ombro dele.
- Ai, que é isso Bruna? Volta pro seu mundinho particular vai.
- Tá, desculpa.
- Tá.
- Af, dá um sorriso.
Ele sorriu de canto como sempre e bem forçado essa vez.
- Quero ver dentes! Vai abre a boca - risos.
Assim ele sorriu perfeitamente e me chamou de louca, encostei minha cabeça no ombro dele e senti que ele ficou desconfortável, então afastei, nisso ele veio e encostou sua cabeça no meu braço e fiquei fazendo carinho no cabelo dele, mas parei depois e ele afastou.
- Então me conta, porque você não gosta da Luísa, aquela ali olha - ele apontou.
- Longa história.
- Você não quer contar? Por que, é grave?
- Não, é segredo.
Ele ficou calado e olhando pra frente.
- Tá, só porque é pra você eu conto. É que ela já estudou na minha antiga escola, lá na outra cidade e veio pra cá faz uns 2 anos, não sei porque, mas o caso é que ela namorou com o menino que eu gostava e não sei,mas sou muito possessiva e quero tudo pra mim, então não gostei que ela ficou com ele.
- Ah, mas ela sabe disso? Ele também gostava de você?
- Ele gostava também...não, acho que não sabe.
- Hm.
Com mais de uma hora estávamos na serra. O lugar onde iríamos ficar era lindo, eu me senti em paz assim que cheguei. Fomos todos seguindo o professor e ele parou em frente a uma sala e tinha uma lista lá pra assinarmos nossos nomes. Saí correndo, furando a fila pra assinar logo e o Léo e Camila vieram logo atrás, assinamos e fomos nos sentar em uma cadeira, mas Camila vinha lá atrás, fui brincando com Léo e acabei batendo em um menino. Olhei no rosto dele e fiquei roxa de vergonha.O Léo viu que os meninos tinham pegado uma bola de futsal e foi jogar com eles, num campinho que tinha lá, até os outros chegarem era isso que ele faria. 
- Desculpa! - falamos ao mesmo tempo.
- Eu que peço, não devia andar olhando pros lados e sim pra frente.
Sorri pra ele e fui saindo, mas ele falou algo.
- Prazer, Luan! E você é?
Virei e olhei pra ele.
- Bruna. Vem cá, uma duvida, é da escola mesmo? Da classe? Nunca te vi.
- Não, eu vim acompanhando minha irmã, é que minha mãe não queria que ela viesse sozinha. É a Luísa, conhece?
- Ahhh, a Luísa, conheço sim.
- Tá perdida?
- Não, não, é que minha amiga não conseguiu me alcançar, mas ela deve tá chegando já. Olha os meninos estão jogando, pode ir lá.
- Não, vou dar uma volta, quer ir?
- Tá bom, podemos ir, vou mandar mensagem pra Camila avisando.
Peguei o celular e avisei rapidamente. Luan parecia um menino legal, era tão sociável. Parecia ter uns 19 anos. Enquanto andávamos conversávamos de tudo. Ele me falou onde morava e pelo que sei da cidade não ficava longe da minha casa. Ele me contou que tocava violão, o que me deixou encantada, mas ele ficou com vergonha porque zoavam dele dizendo que isso era coisa de mulherzinha, mas a mim agradou, eu adorava musica e violão sempre foi minha paixão. Nisso estávamos olhando o campinho dos meninos já, Léo nos viu e veio até nós.
- E aí?
- Oi Léo, esse é o... - ele me interrompeu.
- Sei, é o irmão da Luísa. E aí cara?
- E aí indo bem no jogo? Não me envergonha, lembra que eu que te ensinei tudo - risos.
- Claro que não. Cadê a Camila hein Bruna?
- Não sei, vou procurar agora. Tchau meninos.
Saí meio com vergonha, caso eles fossem igual todos iriam olhar pra minha bunda, o que é ridículo pra homens. Mas fui, procurei Camila, mandei mensagem e ela estava no quarto das meninas pra guardar os pertences.


Vídeo do dia:


A musica fala por si só. Coloquem ela na cabeça e sejam felizes!





quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Capítulo 41

Só sei que acordei em cima dele, dei um risinho interno e sorri, fiquei com vergonha de acordá-lo, parecia tão bem jogado ali. Levantei devagar e de uma vez desapoiei minha mão de seu peito. Nisso ele acordou e abriu seus braços espreguiçando, abrindo e fechando os olhos.
- Que horas são?
- Não sei Leonardo, acabei de acordar sabe?
- Leonardo? Hm, que evolução, desculpa a pergunta senhora.
Ele me puxou contra seu corpo, beijando meu rosto e me abraçando. Nessa hora a Lívia chegou e nos viu ali no chão com cara de sono, olhou bem, olhou a casa, de um olhar misterioso que não entendi o que queria.
- Bagunçaram muito? E lá dentro, como tá?
- Tá tudo do mesmo jeito que deixou! Eu não deixei ela bagunçar nada Lívia.
- Ah vai tomar um banho Léo! - empurrei ele de leve, enquanto via seu sorriso iluminado, quem sabe quase apaixonado por minha tia - Ô Léo - falei para que ele parasse de olhá-la - vamos lá na...na, aí esqueci o nome - estalei os dedos e fechei os olhos tentando lembrar - na dispensa, pegar café - puxei o braço dele.
- Não, antes preciso fazer uma pergunta - Lívia disse séria - então...vocês? - apontou - Fizeram algo, assim? - gesticulou nas mãos - Algo, sabe...fizeram algo errado?
- Ai Lívia por favor, a gente não tem segredo. Quer saber se a gente fez sexo? - disse bem alto - Claro que não, esse menino é um pirralho, pra que eu vou querer ele? Pra nada e aliás, não tô na hora, nem na idade de fazer isso, vê se raciocina - ri e ela também.
Fui andando até a dispensa e ele continuou lá e tentou falar algo com a Lívia, eu deixei, pensei que ele estava tentando dar um jeito de chegar perto dela, não seria eu que impediria, até a parte que eu fiquei com ciume e fui lá interromper os dois, é que meu ciume é meu doentio, não é o ciume fofo que as pessoas veem, tenho ciume de amiga, de amigo, de tia e até de professores dando mais atenção a outros alunos, talvez nem seja esse sentimento, pode ser que seja só um modo de querer chamar atenção, pode ser possessividade e até hoje não aprendi a controlar. Fomos todos pra mesa e tomamos um cafezinho feito por mim e conversamos alegremente. De repente alguém bateu na porta e a Lívia foi atender, eu não me importei muito e continuei falando com Léo.
- Vai levar mesmo essa história adiante? - cochichei
- Que história? Ah Bruna, é melhor tu cuidar mais da tua vida. Só uma dica.
- Ignorante, tá, desculpa, só perguntei. Agora vai colocar uma camisa, vai!
Ele não falou sequer uma palavra, levantou e foi pegar a camisa no chão da sala, segui o olhar até ele colocá-la em seu corpo. Voltando ele me deu um beijo na bochecha e foi buscar a mochila no quarto. Lívia voltou com uns papeis do correio e tinha um endereçado a mim, o que me surpreendeu porque eu nunca recebia nada, nisso peguei e fui olhar no meu quarto, abri e era um convite da escola pra uma aula de campo, estranhei de cara, pois na minha antiga escola não tinha isso e pedia assinatura de responsável. Joguei na cama e voltei pra ir despedir de Léo, que por sinal estava sem graça, meio triste digamos, olhar distante, sentado na área da casa. Cheguei do ladinho dele e cumprimentei um leve "oi", ele sorriu largo e parecia o brilho inteiro do sol ali, um sorriso tão sincero, ele queria me dizer que estava bem.
- O que aconteceu com você?
- Nada, só tava esperando você chegar pra ir embora. Não queria ir sem me despedir e me desculpar que fui meio grosso.
- Meio?
- Tá, tá, fui grosso!
- Tá, não tem problema, eu entendo. Viu? - sorri.
- E aí, recebeu hoje o bilhete da aula de campo? Vi você saindo com um papel na mão, porque eu recebi ontem.
- Recebi, você vai?
- Não, não...prefiro ficar em casa.
- Por que não? Pelo que diz aqui vai ser bom demais!
- Cansei de farra e a gente já conversou sobre isso.
- Mas é só uma aula de campo, nada de farra. O que tem de farra ir numa pousadinha na serra e analisar algumas plantas? A unica coisa pesada é fazer o relatório, eu nem vou saber fazer, sempre copiei das amigas. Sabe o que eu acho? Que você tem que ir e aprender a separar farra de estudo. Parar de querer curtir com tudo que recebe, você não precisa ser o palhação da classe ou o pegador e fazer isso na frente de todo mundo, sempre. É só ir e pronto.
- Você vai também?
Eu sorri e gesticulei com a cabeça que sim, apertei o ombro dele e puxei pra um abraço. Foi o primeiro abraço que minha mão encaixou, tipo, consegui acariciar a nuca dele e abraçá-lo ao mesmo tempo, é que eu tenho uma velha superstição quanto a isso. Ele foi a caminho da moto e subiu, antes de colocar o capacete piscou e foi embora, o segui com o olhar até a esquina e entrei em casa, rumo a ajudar Lívia nas tarefas diárias.





Oi genteeee, voltei com a fanfic, passei acho que 4 semanas sem postar, é...tá corrido pra mim, agora final de ano é todo mundo correndo pra passar, comigo não seria diferente. Postei um capítulo com o tempo que me deram no pc, ou seja, quase nada, foi só pra vocês continuarem lendo mesmo rs. E aí será que agradou o capítulo de hoje? Tá vindo bem pra minha realidade essa fic haha, estão gostando do meu amigo?? Hoje quero fazer algo diferente e espero sempre fazer, deixo um vídeo pra vocês interpretarem a letra, escutem com atenção e tirem suas próprias conclusões sobre Léo, mas essa musica é especialmente minha com meu amigo misterioso que nomeei de Léo rs. Se forem espertas vão se tocar o que quero dizer com essa musica. Beijos da Ka, qualquer duvida ou comentário, aqui ou aqui @WorldArsenic