domingo, 17 de fevereiro de 2013

Capítulo 45

Eu ficava olhando pela janela por cada cidade que passava eu me perguntava que horas iríamos chegar. Depois de 4 longas horas eu estava lá, peguei um táxi e fui direto pro hospital. Chegando no Residense liguei pra Manu perguntando se ela ainda estava ali, mas ela disse que já estava em casa, pediu que eu procurasse pela Goretti, que é a mãe do Gui e eu lógico sabia. Já eram 19:00, saí procurando por notícias no balcão e a atendente me falou o quarto e fui procurando, quando cheguei enfim, respirei fundo e abri a porta. Depois de tanto tempo eu o via de novo, ali descansando, sorri pra ele, mas claro ele não sabia disso. Vi dona Goretti sentada num sofá que tinha lá dentro e a abracei. Estava frio, fiquei me abraçando de frio pelo ar condicionado e ela me deu seu moletom e foi buscar um café na lanchonete, queria me deixar sozinha com Gui. Me aproximei e beijei sua testa, passei a mão no cabelo dele e dei uma respirada.
- Eu tô aqui Gui, eu pensava que nunca mais ia te ver nem pintado a ouro, mas tô aqui, pra cuidar de você, vai ficar tudo bem. Confia em mim, por que...por que...eu te amo - suspirei.
Nisso chegou o Dr. Cristiano no quarto e disse que ia examiná-lo, aí eu fiquei observando, eu não queria sair dali. Ele pegou tipo uma lanterninha e abriu os olhos do Gui passando a luz e depois olhou no aparelho os batimentos e tudo que eu não sei explicar porque não sou médica.
- Doutor, ele vai demorar muito pra acordar?
- Creio que não, ele não está com sedativos e acho incrível ele não ter acordado ainda, deve estar bem cansado.
A mãe do Gui voltou com dois cafés e me entregou um. Sentei no sofá e esperei o médico sair para que pudéssemos conversar.
- Bruna que bom que você veio, o Gui quando estava louco perguntando por você, se já tínhamos te avisado, se você viria. Isso foi por cerca de 14:00 quando ele acordou, mas depois ele dormiu de novo, já está na hora de acordar, você vai querer um tempo com ele?
- Não, imagina, acho que a família prevalece nessas horas. Então de madrugada ele estava na UTI e agora pela manhã veio pro quarto, é isso?
- Não, foi pela tarde mesmo. Ele tava todo machucado mas conseguiu falar com dificuldade e foi você a primeira pessoa por quem ele perguntou no quarto quando acordou.
Chegaram no quarto os meninos, Thiago, Ian e David, cumprimentei todos e eles ficaram conversando com o Gui mesmo desacordado, eu saí para que pudessem ficar como a família que eram. Fiquei na recepção esperando por notícias, dei uma cochilada lá e quando acordei o Sr. Marcílio estava me chamando.
- Pode ir pra casa se quiser, ele já está bem.
- Não estou cansada não, é só impressão, é só que eu viajei muito, posso ficar aqui, quero vê-lo acordar.
- Tudo bem.
Fiquei ali lembrando da nossa primeira conversa do camarim, do primeiro show, do nosso primeiro beijo, eu queria arrancá-lo daqui e levar pra ficar só comigo, pra eu cuidasse, desse meu amor. Passei a noite toda ali e de madrugada resolvi fazer aquela visitinha, não tinha ninguém no quarto, por milagre.
Fiquei falando baixinho.
- Gui acorda, Gui acorda.
Mas nada, aí eu me sentei no sofazinho e levei as mãos a cabeça e ficava pensando "Como dorme cara".  Fiquei olhando pro chão e escutei um grunhido, olhei pra frente e Gui se mexia. Meu coração acelerou, nosso reencontro era agora. Me aproximei.
- Gui? Tá me ouvindo?
Ele ainda estava de olhos fechados.
- Bruna?
- Sim Gui, abre os olhos, abre os olhos Gui.
Ele fez o que eu pedi aos poucos e me olhou, com um leve sorriso, sem mostrar os dentes, tentou levantar-se, pra ficar só sentado, mas se queixou de dor de cabeça e eu pedi que ficasse quietinho.
Tentei sair, mas ele segurou meu braço.
- Não vai, fica aqui, não vai embora de novo.
- Mas eu preciso chamar o médico, vai que ele precisa te examinar.
- Mas eu tô bem, não tá vendo? - tentou rir - só preciso de você aqui.
- Gui, eu vou lá e já volto.
- Cadê minha mãe? Cadê meu pai?
- Eu realmente não sei onde eles se enfiaram - risos - Mas vou procurar saber e pedir que venham te ver, afinal você tá acordado, eles tem que conversar com você. Ai desculpa eu ter te acordado, mas não resisti.
- Tá tudo bem, vai.
Fui atrás do médico e em poucos minutos estávamos dentro do quarto, ele pediu que eu saísse dessa vez e eu obedeci. Fiquei tentando escutar atrás da porta o que eles falavam e liguei pra mãe do Gui avisando e eles subiram pro andar do quarto, estavam apenas comendo algo na lanchonete.
- Então Bruna onde você vai ficar? Por que suponho que agora que viu o Gui bem, de olhos abertos queira ir descansar.
- Ai dona Goretti, eu não sei sinceramente, eu vim pra cá sem planejar nada.
- Então, eu tava conversando com o Marcílio e nós chegamos a conclusão que você pode ficar na nossa casa, amanhã o Gui vai ter alta e vocês podem conversar e tudo mais.
- Eu não quero incomodar.
- Mas não vai Bruna, nós que queremos que você vá!
- Então tudo bem, vou pegar minha mala no quarto.
Entrei rapidão no quarto pedindo licença ao médico e ele entendeu e tudo ficou bem. Fui pra casa deles junto com o Marcílio, chegando lá ele me deixou no quarto de serviço, que nem parecia de serviço, era como de hospedes, mas eles chamavam de serviço. Tomei um banho demorado e deitei na cama, pensando na vida.

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