sábado, 22 de setembro de 2012

Capítulo 35

Ficamos uns segundinhos quietos, calados e ele enfim pegou o notebook pra descontrair. Fiquei comendo, no mundo da lua que estava, acabei tomando a coca de uma voz e sujei meu short. Gui me olhou de surpresa e disse:
- Porquinha.
E eu cresci os olhos em sua direção, como quem dissesse pra ele ir pra bem longe dali ou eu iria fuzilar ele só com o olhar. Terminei de comer e quis me deitar na minha caminha, que por sinal estava bagunçada, ele tinha revirado ela toda, naquele pouco tempo, o menino não ficava quieto, parecia que tinha um parafuso incomodando.
- E tu? - cerrei os dentes enquanto falava - Olha o que fez com minha cama?!
Comecei a arrumar a cama e empurrei ele até a mesa de estudo, onde tinha uma cadeira daquelas com rodinhas, aquelas próprias pra mesa de computador. Ele sentou lá e continuou mexendo no pc. Mas antes jogou uma indireta.
- Deixa desarrumada, pode servir pra gente, né?
Nessa hora eu comecei a rir desesperadamente e joguei o travesseiro nele, que começou a rir também. Depois de cama arrumada, me deitei e fiquei olhando pro teto até o sono chegar, a luz estava apagada, porta fechada e só o barulho do ventilador, que incomodava pouco, quase nem senti, mas agradava o vento.  Porém, a luz do notebook vinha toda pro meu rosto e eu coloquei, lençol, travesseiro em cima da cara  mas não resolveu, além do mais ele fez o favor de colocar no youtube e ver vídeos. Eu tentei levar na boa, mas minha paciência esgotou, dei um grito pra ele  desligar aquilo naquele instante, ou seria expulso de casa, aleguei, ele só gargalhava e continuou mexendo, já eu fui até lá e desliguei. As meninas deram um grito lá de fora dizendo que iriam sair e eu dei um grito de dentro do quarto que estava tudo bem, que eu ia dormir e o Gui abria o portão quando elas chegassem. Dormir que nada, o sono tinha passado. Continuei deitada só na preguiça e o Gui veio ao meu encontro, todo manhoso, todo fofo.
- Ô Bruna, vai dormir agora não. Vou me sentar aqui do seu lado e contar uma historinha de terror pra tu ficar bem acordada, não quero ficar sozinho nesse tédio.
- Tá, vai conta!
Fiquei olhando pro rosto dele, limpo, sonolento, sorridente ao mesmo tempo e ele sorria enquanto contava a história pra mim, eu fingia que não conhecia a história, mas ele veio contar sobre o massacre da serra elétrica, aquele filme que passa trilhões de vezes na televisão e continua passando. Eu fingi pavor, medo e outras coisas que se fazem quando escuta história assim e ele ficou todo empolgado falando. Até que enfim acabou, aí eu dei um selinho nele.
- Adorei, mas agora tou com medo desse cara da serra elétrica, a gente tá sozinho, aqui tá tudo escuro, vai que chega algum do nada - essa parte era a verdadeira, porque por mais que eu tivesse visto a história mil vezes eu sempre tinha medo, tinha medo de Chuck, de Jason e etc.
- Mas pra que esse medo se você tem o super Guilherme do seu lado? - ele ria e me dava selinhos.
- Jura que se aparecesse aqui você não ia ter medo né Gui? não mete essa.
Esperei ele se distrair enquanto olhava ao redor do quarto e:
- Buuuuuuuuuuuuuu - dei um grito e assustei ele. A cara do Gui ficou branca, mais branca que a cor da parede do meu quarto, mas ele fingiu me dizendo que não tinha assustado, porém vi na cara dele que era mentira.
- Vem cá amor, vem, desculpa - eu ria sem parar.
Ele chegou perto de mim e olhou bem nos meus olhos. Estava o quarto meio escuro, mas dava pra nos vermos, porque tinha uma cortina na janela que era bem transparente.
- Ahan Gui, tá me dando vergonha, para de olhar assim.
- Eu não consigo! Eu não consigo.
- Eu não consigo, eu não consigo - repeti imitando a voz dele - Ah Gui, ontem eu quase fiz uma musica de noite. E era pra ti, falava de amor, óbvio, mas o engraçado, é que foi quando eu estava no banheiro tomando banho, aí não lembro a letra - comecei a rir.
- Fez foi amor? - ele me deu outro selinho e mordeu meus lábios - pois lembra, canta aqui baixinho pra mim.
- Já te falei que eu não sei cantar Gui e além do mais eu esqueci a letra. Canta você pra mim, vai, estamos sem nada pra fazer. Canta uma carta do LS Jack, eu simplesmente amo essa musica, vai que cola na sua voz.
- Vou ver, deixa eu lembrar, como começa? - ele sorria pra mim.
- Coloquei uma carta numa velha garrafa, mais uma carta de solidão, um pedido da alma, salvem meu coração... - eu cantei sem saber que estava cantando - ai meu Deus, não acredito, eu cantei com essa linda voz - falei irônica - Af foi tu Gui.
- Bruna sua voz não é feia, até que é afinadinha, tou impressionado! Palmas! - ele bateu palmas e começou a rir, fazendo cócegas em mim.
- Ai para Gui, cócegas não.
- Ahan, me dá um beijo de verdade agora que paro - ele falou pidão, fazendo beicinho de bebê.
- Mas eu não sei beijar amor. Me ensina?
Nós dois começamos a rir e ele ficou "semi" por cima de mim, semi, sim, porque não foi o corpo todo. Só foi um pouco pra poder unir nossos lábios. Ele começou beijando meu pescoço e segurando por trás da minha nuca, até que me puxou por inteiro pra perto do seu corpo e fiquei sentada, então nossos lábios puderam se encaixar, um beijo livre, rápido e com paixão, nisso ele foi me colocando na cama de volta e continuou me beijando, foi onde ficou totalmente por cima do meu corpo e eu fiquei querendo sair dali, mas com o coração acelerado, fiquei tímida, porém correspondia ao seu beijo. Ele estava sem camisa e isso me afligiu mais. Eu ficava pensando o que ele queria e parei o beijo.
- Gui, tá bom de beijo né? - dei um sorriso tímido - vamos fazer algo, sei lá, ver tv?
- Não Bruna, aqui tá bom, vamos ficar aqui, vai.
Ele me encostou devagar na parede e deu uma mordida nos meus lábios, fui deitando na cama devagar. Começamos a nos beijar novamente. Passava uma musica na minha cabeça, incomplete - Backstreet Boys   foi a que surgiu naquela hora, numa parte dela diz "Eu tentei continuar como se não tivesse te conhecido". Eu pensava nisso, mas era mais forte que eu, eu não podia fingir que não o amava, que não o desejava quanto ele a mim. Deixei rolar! Ele pegou na alça da minha blusa e eu juro que gelei da cabeça aos pés, pedi pra Deus pra Lívia chegar com a Ka e a Sílvia, pois eu tinha muito medo do que ia acontecer ali, eu queria provar pra ele que poderia ser a sua mulher mas tinha medo de não ser "boa naquilo", era minha primeira vez, claro que eu era virgem, antes do Gui até bv eu era, ele talvez não soubesse disso, bom. Ele era o homem que eu amava, eu tinha que provar isso, eu queria provar sem me entregar, mas eu também queria saber como era a sensação de ser totalmente de um homem. Então ele parou, segurando por baixo do meu queixo e disse: 
- Quer namorar comigo?
Eu sorri, não esperava por aquilo, será que ele tinha desistido de tudo? Eu me senti meio falha, pensei que não estivesse agindo bem com ele.
- Claro que quero, pensei que nunca ia pedir. Mas por que agora? Logo agora?
- Por que quero que seja minha mulher.
- Mas eu...
- Xiiiiiii - ele tocou meus lábios com seus dedos.
Ele pegou algo do bolso e meu olhar se virou direto pra mão dele, era uma camisinha. Meus olhos cresceram, fiquei espantada. Tá, eu já tinha tido aula daquilo, já tinha visto, agora o Gui com isso nas mãos, agora sim eu sabia o que ele queria, eu não tive pra onde correr.
- Tou com medo Gui.
Dei um sorriso forçado, mas eu queria dar um motivo pra ele ficar, talvez se eu fosse dele, ele não fosse embora dali, poderíamos construir algo. Cada peça de roupa que saia eu fechava os olhos, mas ele fazia carinho em mim, olhava nos meus olhos, me beijava. Apertei bem meus olhos fechados e pude sentí-lo de verdade, fiquei acariciando, apertando suas costas, enquanto ele beijava meu pescoço, mordia...me entreguei enfim, estava me sentindo bem com aquilo. Ele me dava tantas carícias que nem senti nada ruim, eu sorria ao extremo, mas teve uma hora que dei um ataque de risos, ele me olhou assustado, perguntando o que tinha acontecido e eu fiquei calada, só continuei rindo, a verdade é que eu achei engraçado os movimentos daquilo, sei, estraguei o momento, mas eu nunca tinha passado por aquilo, como poderia me controlar e só sentir prazer? No fim ficamos deitados e enrolados, nos beijando e a seguir olhando pro teto, eu morria de vergonha de levantar e aparecer sem roupa na frente dele.
- Gui vira? Preciso pegar minhas roupas e ir tomar um banho.
- Bruna? - ele olhou assustado - mas eu acabei de te ver, qual o problema?
- GUILHERME!
- Tá.
Peguei o lençol e saí enrolada, nisso ele me seguiu, enrolado num lençol também e me abraçou por trás.
- Eu te amo - sussurou, alongando sua cabeça até meu lado e beijando minha bochecha.
Eu dei um sorriso tímido e saí indo até o banheiro que ficava ali mesmo e tranquei a porta. Tomei um banho bem demorado e sorria enquanto a água caía nos meus ombros, lembrando daquele momento. Terminei e me vesti ali mesmo. Depois o Gui entrou e tomou o banho dele. Fomos pro pc e ficamos tirando foto na frente da web cam, fazendo careta, sorrindo, entre outros...depois de mais de uma hora chegaram as meninas, com um monte de sacola nas mãos, já era de noite, iríamos comemorar meu aniversário, elas me entregaram alguns presentes, me abraçaram e me convidaram a trocar de roupa para sairmos. A Ka veio correndo no quarto me ajudar a encontrar uma roupa e eu olhei pra ela com uma carinha tão feliz, querendo contar tudo, mas não fiz isso, ainda teria muito tempo pra contar. Pegamos um vestido rosa clarinho em tomara que caia, que ficava colado no meu corpo, vesti ele e fui direto fazer maquiagem, passei base, corretivo, pó compacto, blush nas maçãs do rosto, delineador, rímel e batom em rosa claro e estava pronta. Dei uma voltinha pra Ka, por que ela se  aprontou junto comigo e ela deu uma voltinha pra mim, dizemos ao mesmo tempo uma pra outra que estávamos lindas e saímos com todos pro restaurante.

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