quinta-feira, 21 de junho de 2012

Capítulo 16

Eles voltaram depois de uns cinco minutos, não que o clube fosse enorme, mas pelo que espiei ainda estavam de papo, nesse momento quis matá-los por não terem o senso de que eu estava com pressa. Na maior risada e eu sem entender qual era o motivo da lambança deles. Dei de ombros e tentei conversar sobre o meu caso logo após.
- E aí viu a Lívia? Ela tá no clube?
- Ahhh Bruna eu viu e ela me viu também...sorriu, foi simpática e tudo e aí eu perguntei por ti, pra sabe, enrolar se ela tinha te visto também, mas ela falou que você tava em casa, que ficou com raiva e tal... vamos ficar vai, ela nem vai brigar porque tu deixou a casa sozinha, isso acontece várias vezes e você tá bem tá comigo,com os meninos, pior seria se estivesse em outro lugar que ela não pudesse controlar.
Olhei para Gui, que naquele momento procurava alguém, rodava seu olhar pelos quatro cantos. Talvez estivesse escutando a conversa e disfarçando, mas podia também nem estar se importando. Então redirecionei o olhar para Karol.
- É melhor eu ir, acabou meu clima de ficar aqui, quer ficar? Pode ficar.
- Ahhh Brunaaaaa, eu quero ficar, mas eu vim contigo, não posso te deixar ir sozinha, se você vai eu também vou.
- Não sério, pode ficar, eu sei voltar, pego um táxi!
Um pouco de silêncio e:
- Eu posso te levar - Gui retruca - é mais seguro que voltar sozinha.
Fiz que não com a cabeça e em leitura labial, com mimica e tudo disse que não  precisava, mas ele leu meus lábios  e disse que levaria do mesmo modo, então Karol me olhou e piscou sorrindo. Fiz de cega, nisso ela saiu, daí o Guilherme gesticulou com a cabeça pro lado me convidando a seguí-lo, já com as chaves na mão. Chegando lá ele destrancou o carro. Abri a porta de trás e ele pediu que eu fosse na frente, atendi e ele deu o arranca no carro, ligando o som.
- Pra onde é?
- É no mesmo condomínio da Mônica, Guilherme.
- Ahhhh. Bruna né? - assenti que sim com a cabeça - desculpa é que não decoro muito nomes...mas é estranho ficar me chamando de Guilherme, parece minha mãe quando tem problemas comigo, todos me chamam de Gui, é estranho.
Dei um risinho, mas não sabia o que responder. Ele percebeu isso.
- Então...a Karol, sua amiga, ela é fã da gente né? Lembro bem do rosto dela.
- É sim! Mas poxa eu também gosto do som de vocês, só não sou estérica!
- Hahahaha - ele ria - muito bom, eu detesto esterismo demais. Mas a Karol acompanha a gente há um tempo, essa fase já passou. O David que conhece e bem, por ter convidado pra lá...
Ele estava querendo saber de nós e como toda menina tímida, não quis abrir muito da nossa vida, mas fomos conversando sobre o dia a dia mesmo, sobre shows dele, musica, minha escola, nossos objetivos..
Guilherme narrando:
Eu começava a ver que ser um cantor tinha suas vantagens e desvantagens, além do prazer de cantar, a vantagem era que alguém que talvez eu nunca conhecesse soubesse tanto de mim e me admirasse por isso e o outro lado era que haviam pessoas que tinham certa obsessão por mim, por nós da banda. Bruna era o primeiro caso, e eu percebi de cara, mas era mais que isso, ela me tratava como um amigo, um cara comum e disso eu gostava quando passava um tempo com ela, por que já eram tweets, encontros pessoalmente, poucos, mas considerava todos os virtuais também.Ela não era igual sua amiga que me via somente como um astro, sabia dividir, isso me fazia bem de algum modo. Ali dirigindo e conversando com ela eu esquecia da outra metade da história.
- É aqui?
Uns vinte ou quarenta minutos depois chegamos.
- Sim GUI! Obrigada - sorri e abri a porta pra sair.
- Bruna espera...é-é, vai ficar fazendo o que aí?
- Ahhh não sei, vendo tv talvez, por quê?
- Nada, nada, esquece. Tenho que ir, o palco me espera!
Sorrimos e despedi. Cumprimentei o porteiro e fui andando rumo ao apartamento, subi de elevador e enquanto isso Gui passava na minha cabeça que cheguei a bater nela de raiva daquilo, ele não estava nem aí, qual era a minha? Gostando de um menino mais velho umpf. Acho que os romances que estava lendo estavam me fazendo subir às nuvens, viajar e viver um conto de fadas particular, mas tive que fincar meus pés bem no chão para aquele sentimento. Me joguei no sofá da sala e fiquei vendo tv, como havia dito à ele, mas nada que passava me importava, quis ligar para Karol mas fiz minha suposição de que ela estaria se divertindo e eu não devia cortar seu clima, então o jeito foi ir comer algo e esperar por Lívia, que demoraria pelo visto, pois a banda tocaria agora e sem hora para terminar a algazarra.


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