Gui narrando:
Eu fiquei sem reação, por mais que soubesse que esse dia estava por vir, o dia que Bruna diria estar gostando de mim, não que eu fosse convencido, mas isso já era certo, pois nossa amizade estava tomando outros rumos, senti isso no ar, estávamos íntimos, companheiros, só que apenas imaginei me apaixonar por ela antes pra poder tocar no assunto, talvez eu não estivesse pronto pra um caso, ou seja lá o que for com ela, mas estava envolvido. Algo que eu não queria aconteceu, eu me envolvi, parece bobagem mas era uma situação complicada e confesso que não sabia desenrolar aquele clima. Continuei vasculhando o guarda roupas e enquanto isso as palavras ecoavam na minha cabeça "te amo...te quero como homem". Custei a cair na real, a entender que realmente "a bomba explodiu". Virei o pescoço um pouco até meu rosto cruzar cara a cara o dela. E então olhei fixamente.
- O que você espera que eu diga? - falei apreensivo.
Bruna narrando:
Ele continuou mexendo nas roupas e de repente parou o olhar em mim, inclinou o pescoço e olhou em meus olhos respondendo:"O que você espera que eu diga?". Aquilo de um certo modo entrou em meus ouvidos e de forma figurativa queimou eles. Eu não sabia o que responder, nem o que pensar sobre sua resposta, eu só fazia uma expressão confusa no rosto e ele do mesmo jeito.
- A verdade é que eu queria...queria...queria escutar um "esperei pra escutar isso" ou "sinto o mesmo". Será que é tão difícil ter sentido o mesmo que eu em cada encontro? Em cada resposta no twitter ou facebook você não ficava feliz de ver que eu estava ali?
- Bruna, eu...é-é - ele tropeçava nas palavras, fazendo com que eu quisesse pularem seu pescoço e pedir a verdade naquele momento. Eu já quase via em seu lábios "Tou focado na carreira, não quero estragar isso vivendo um romancezinho infantil contigo". Isso que imaginei ele falar, por isso fui me aproximando dele, insistindo em que falasse, quase que ininterruptamente eu dava passos e voltava, com medo de assustá-lo.
- Eu senti algo diferente,mas...
Quando ele parou em "mas", meu cérebro dizia "sai daí agora, corre,vai", porém continuei em sua frente. Então olhei pra porta e bem ali estava Karol, interrompendo aquele momento mais que especial na minha vida eu diria.
- Oi gente, tou interrompendo né? Desculpa, só vim tomar um banho rápido, mas se quiserem vou pro quarto da Manu.
- Pode dormir lá? Quero ficar aqui hoje - Gui retrucou, me reanimando e fazendo crer que gostava da minha presença e dando mais expectativa positiva. Nisso ela assentiu que sim com a cabeça e pegou algumas coisas na gaveta e se retirou.
- Posso continuar? - ele riu.
- Claro, tou esperando, depois de - ele se aproximava - depois de tudo que falei - me olhava e sorria, me deixando intimidada - que é hein? Esse risinho na cara? Tá me dando medo.
- Vou te dar duas opções: ou eu tou afim de ti ou tou afim de ti também, qual escolhe?
Dei um risinho sem graça e encarei o chão, literalmente perdendo o chão.
- Eu prefiro a opção, vai na festa comigo?
Ele chegou bem junto de mim e fez que sim com a cabeça, me segurando pela cintura e quando percebi a situação em si, quis fugir dele. Sabe qual meu problema? Eu era BV, isso mesmo, nunca havia beijado ninguém, sim o Raul havia tentado também e até beijo no canto da boca ganhei, mas de outro jeito não e eu tinha meio que repulsa a isso, achava nojento e tinha medo de errar na hora, coisa minha!
- Que foi? - Guilherme disse confuso.
- Nada, só não quero levar as coisas tão rápido, sabe?
- Ah, quer esperar pelo tempo e ver se rola?
- Justamente - bati palmas e sorri.
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