Era terça feira à noite, segundo dia de férias e tudo estava saindo como eu imaginei, quer dizer...mentira, estava bem melhor que pensei, tinha minhas amigas de volta, o Guilherme e todo o resto. Ka se mantinha sorridente mas quieta do meu lado, já eu revirava os olhos, andava o olhar pelos quatro cantos do quarto, estava insegura, com medo, ansiosa e com mil e outros motivos mais de inquietude. Fiquei conversando com ela, que estava feliz por mim, então mudamos de assunto pois eu não queria incomodá-la só falando de mim. Karol era do tipo de garota que preferia pensar que o amor não existe a ter que se magoar depois, acho que todo esse papo de não acreditar era insegurança, medo de ser eliz a ponto de tudo ser destruído depois. Eu via isso nela. Com uns quinze minutos escutei umas batidas na porta e já fui sabendo que era Gui. Abri-a e o vi ali parado, olhando disfarçadamente e bem rápido dos pés a cabeça. Ele estava tão lindo! Dei um abraço forte e pude sentir seus lábios tocarem meu pescoço, logo após ele se afastou e viu Karol sentada na cama, a convidou para vir conosco, ela sorriu e segurou e colocou seu braço entre o braço esquerdo dele, como se fossem um casal, então eu fui para o outro lado e fui fazer o mesmo, mas ele puxou meu braço e segurou firme minha mão, entrelaçando na mão dele. Ele beijou minha bochecha.
- Você tá linda Bruna!
Dei um sorriso largo à ele e fechei a porta do quarto, mas não tornei a segurar sua mão, eu estava suando e tive vergonha.
- Então, quer dizer que sou um Dom Juan? - ele ria.
Fiquei calada e ele percebeu que eu queria ficar a sós com ele. Chegamos ao local uns dez minutos depois, era logo ao lado, mas tinha escada, corredores e tudo mais pra nos atrasar. O lugar estava muito bacana, muito iluminado, com luzes estroboscópicas, um dj super animado ao fundo e lotado, muitas pessoas da turma e outras comuns mesmo da cidade. Vi Manu num cantinho com um amigo e comecei a imaginar mil coisas e desejar felicidades em pensamento pra ela. Eu era assim, via algo incomum e começava a tirar conclusões. Fomos até lá conversar, até que chegou uma senhorita com um uniforme diferente e vários adesivos nas mãos, com o desenho de boca neles. E nos ofereceu dizendo:
- Esses adesivos são pro caso de vocês ficarem com alguém, quando você escolher alguém pra ficar você cola na pessoa, mas tem o colar também, mas antes estamos usando os adesivos, quando acabar começamos a distribuir colares.
- Dá dez aqui - o Gui pedia e eu o olhei com uma cara fechada, ele percebeu e chegou junto do meu ouvido - claro que serão todos seus né amor?
Quando escutei ele falando amor, dei um sorriso tão sem explicação, garanto que um sorriso lindo de ser ver, já que eu estava apaixonada por ele. Logo chegou um rapaz do clube com uns colares na mão, me olhando de um jeito estranho, nisso o Gui passou o braço em volta do meu ombro.
- Perdeu alguma coisa?
- Não, não...só vim ver se querem colares. Posso colocar em você? - ele me olhou.
- Tipo...
- Não né, tou com ela, eu mesmo coloco - Gui retrucava - dá aqui.
O rapaz entregou três colares pra gente e foi embora olhando pra trás, isso fez o Gui me olhar dos pés a cabeça.
- Que foi?
- Tou conferindo a roupa. Ele quase te comeu com os olhos, não viu? Vou pegar algo pra beber vai ficar aí com a Karol e essa meninazinha?
Detalhe que ele não decorava o nome da Manu e ela o fuzilou com os olhos. Ele foi até o bar e ia cumprimentando as pessoas que falavam com ele na boa, eu ficava só acompanhando ele com os olhos.Fiquei trocando uma ideia com as meninas, bebemos um Red Bull que um garçom passou oferecendo em amostra grátis num copinho. Falamos muito sobre como estavam as férias do ano passado e a guinada que essa deu, estávamos bem melhor. Gui voltou com seu copinho de Tequila na mão e eu querendo provar, mas ele não deixou.
- Isso aqui é coisa de gente grande Bruna.
- Af vai zombar só por que só baixa é? Tou na idade, vai deixa e aliás, não quero carregar ninguém pra casa viu? Lembre-se que tem que voltar no seu carrinho pra casa.
- Que isso, é só pra curtir, nem vai notar nada.
Ele segurou minha nuca por trás e beijou minha bochecha, começando a se mexer, querendo dançar, me chamou com as mãos e fomos ao centro do salão, mas eu não fui sozinha, puxei a Karol e Ka puxou Manu e seu colega, ficamos dançando ali e confesso que Ka dançava bem melhor que eu, fiquei até com vergonha, mas eu tinha meus passinhos guardados na memória. O amigo de Manu começou a dançar colado nela e eu fiquei meio que com raiva, já que estávamos juntos pra isso, dançar todos juntos. Mas desviei a atenção deles, pra não detestar mais aquela situação, começando a dar uns passinhos juntos de Ka.
- Karol você tem que me ensinar a dançar, sério - eu ria - eu desaprendi tudo - fazia biquinho.
- Ah vá, tu tá dançando certinho cara, mas olha e copia, eu deixo!
Mais uma vez Gui foi ao bar e voltando disse que tinha trazido vodka e eu pensando: "Um bebum em minha vida", mas fiquei rindo do que pensei, afinal beber socialmente não é pecado, mas dessa vez eu consegui provar do que ele bebia, desceu queimando aquilo, cheguei a fazer careta e ele só ria, é que não estava tão gelada quanto pensei, aí ficou desse jeito. Nós começamos a dançar frente a frente e Karol ficou meio que sobrando, então chegou um cara junto dela, como ela estava de bobeira e os dois começaram a dançar. Eu aproveitando super aquele momento com Gui, até que ele veio por trás e segurou pela minha cintura, sentia sua respiração no meu pescoço. Nisso a musica mudou pra uma lenta e eu pensei: "Obrigada dj, por ferrar com tudo". Ele chegou em minha frente e estendeu a mão, segurou minha mão e colou meu corpo no seu, enquanto eu tentava apoiar minha cabeça em seu ombro, estava quase lá, por conta do que eu calçava, me deixava alta e eu conseguia ficar quase de sua altura, foi onde ele sussurrou algo em meu ouvido:
- Você tá muito linda Bruna!
- Mas isso você já disse - eu ria - você também tá Gui - sorri com vergonha.
Ele puxou meu queixo e nos deixou cara a cara, me fazendo tremer na base, fiquei sem ação, mas ele ajeitou tudo para nós dois, beijou no cantou da minha boca e foi afastando um pouco até encaixar nossos lábios, enquanto eu segurava sua nuca, começamos a nos beijar e juro que vi estrelinhas ali ou coraçõezinhos subindo, isso passava na minha mente, eu queria mesmo era ler a mente dele. Me entreguei a seu beijo e seguia seus movimentos, já que eu era bv antes disso, foi só o que pude fazer. Ele mordeu meu lábio inferior e finalizou com um selinho e um sorriso.
Gui narrando:
Já estávamos cara a cara e eu não podia fazer outra coisa a não ser reagir. Beijei no canto de sua boca, afastando meus lábios até os delas, começando a beijá-la, consegui esquecer de toda a plateia ali, plateia? Sim, eram muitas pessoas ao nosso redor, inclusive suas amigas, que como conheço das mulheres iriam querer relatório completo de nosso beijo. Ela acariciava minha nuca, como me arrepia. Na minha cabeça só passava ela e mais ninguém, eu a queria tanto naquele momento, estava me deixando louco por ela. Mordi seus lábios e disse algo no seu ouvido:
- Quer sair daqui?
- Gui - ela bateu no meu ombro - tá muito apressadinho né? - riu.
Karol narrando:
Eu estava dançando com o Eduardo, o menino que conheci lá, até que de repente vi Bruna e Gui cada vez mais perto, tocou uma musica lenta e eles ficaram colados e deram um beijos, meus olhos ficaram do tamanho daquele fruto, ou é fruta, o Guaraná! Eu não acreditei que minha amiga tinha conseguido chegar a tanto com o Gui, passar de uma simples fã, ou simpatizante a ser a garota dele, a ser alguém que ele queria por perto. Eles se separaram e ele sorriu pra ela e cochichou algo no ouvido dela que a fez dar um tapinha no braço dele. Nisso desviei meu olhar.
Bruna narrando:
Ficamos conversando um pouco e eu morrendo de timidez por dentro, querendo enfiar minha cabeça no chão e ficar lá. Ele segurou minha mão e me levou até o bar e chamou a galera, lá tinha menos som.
- Vambora pra casa? Tou meio cansadão do dia, passei o dia no estudio. Acho que bebi a mais e deu sono.
- Ahhhh eu vou quando a Bruna for - Karol disse - afinal a gente tá no mesmo quarto.
- Eu também cansei já. Foi musica demais, cansei de dançar - Manu reclamava.
- Então vamos!
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