O bilhete era de Gui, Ka me disse, mas eu não quis ler, pedi que ela mesma lesse, dizia: "Sei que você não quer explicação, mas só pra dizer mesmo, a garota é você, não tem ninguém mais." Foi um impacto ao escutar aquilo, então Ka me entregou o papel, que era um guardanapo, acho que ele devia ter pegado de um garçom e escreveu na maior pressa, sua letra não estava das melhores. Passaram-se dois dias e nada dele me ligar nem me procurar, não sei se tinha vergonha, ou raiva de eu não ter esperado ele se defender naquela noite, mas a verdade é que eu morria de vontade de vê-lo de novo, com minhas próprias vontades, organizei "uma festa" de despedida da nossa viagem, já era o quarto dia e no quinto viajaríamos de manhã, ou tarde, ainda decidiríamos. Fui falar com o Fernando e alguns professores, sobre a tal comemoração e sugeri que convidassem Arsenic pra fechar, mas não foi fácil, tiveram que conversar com a diretoria, os inspetores, por telefone, o que não é bom de resolver. Eu ficava contando números de 1 a 10 repetidamente e pensando "É agora que o Fernando vai chegar por essa porta", em meu quarto estavam todas as meninas, digo, minhas amigas todas, eu havia criado um laço mais forte com elas, então elas sabiam do meu sentimento por Guilherme e me apoiavam ou discordavam de algumas opiniões. Ficamos conversando muito, usando notebook. Quando olhei em volta, entramos no tédio. Então quando menos esperei um celular tocou e pelo toque, vi que era o meu, corri pra atender e todas ficaram olhando.
- Então...foi você que organizou essa tal festa né Bruna? - era Gui, falou rindo.
- Gui? Que surpresa! É, pode-se dizer que fui eu. É o último dia já e não vi melhor remédio que um showzinho acústico.
- Você não tem jeito né? Quando põe uma coisa na cabeça!
- Mas eu sei que você ama esse meu jeito!
- Hahahaha, deixa de ser convencida Bruna, eu não disse nada e além do mais, só vou por que é pra turma. Não vou deixar eles na mão. Deixa eu te explicar uma coisa, vai demorar muito pra gente chegar aí e arrumar as coisas, os instrumentos e tal.
- Mas Gui, deixa eu te falar, a gente só quer a presença de vocês, não importa o quanto demore.
- E é com você que vou ajeitar nosso contrato?
- Não, não. É com o Fernando.
- Tá, então vou desligar, tá?
- Não Gui, não desliga, tou com saudade de escutar sua voz poxa.
- Vai escutar no show já. Tchau Bruna.
Fim da ligação.
Ele foi meio grosso, mas eu sabia que era charme. Fiquei feliz depois de escutar sua voz e comecei a me preparar. Fernando ajeitava o contrato deles pra noite no salão ao lado, soubemos, soubemos também que os instrumentos seriam os do salão de festas pra custar menos a arrumar palco, entre outros, seria uma parceria do clube ao lado com nossa escola pra essa festa, mas como Fernando viu que seria sem condições essa comemoração ocorrer na quinta, foi remarcado pra sexta,aí teria mais tempo. Mas Gui me ligou mais uma vez aquele dia, pois queriam fazer reservas, aí ele foi com os meninos lá no hotel, ficaram hospedados para não ter correria no outro dia, chegaram umas 17:30,o sol já estava quase todo indo embora, mas ainda assim não perdiam o charme, cada um com seu óculos escuro, quer dizer, menos o David e eu nem sei por que, acho que ele era mais simples, praiano e não se incomodava de levar sol no rosto, não tiveram bobagem de comer no restaurante separados de ninguém, eles conversaram normal. David tinha levado a Renata e estavam lindos, eram lindos na verdade, um com o outro. Eles me faziam imaginar em passar um, dois anos ao lado de Gui ou mais. Guilherme se aproximou de mim, me convidando a sair com ele e eu fiquei imóvel, já que o garoto não estava ali por mim, por que queria andar comigo? Dessa vez eu não aceitei, não estava afim de sair com ninguém. Veio hora, passou hora e resolvi com as meninas investigar qual era o quarto deles. Claro que quase todas foi no de David, ele era o principezinho delas. A minoria foi no de Gui, quando digo a minoria, essa foi eu! Dei duas batidas e ele veio atender. Estava sem camisa, só de bermuda e eu comecei a rir dele, não por que ele fosse barrigudinho, pelo contrário, era bem definido, mas era estranho ver ele daquele jeito. Então ele me puxou pro quarto, olhou para os lados pra ver se ninguém mais estava por ali e fechou a porta, me fazendo sentar num "puff" que tinha lá. Fiquei calada só sentada, enquanto ele mascava seu chiclete e me olhava, até que ele foi procurar uma camisa e colocou ela pra eu parar de ficar envergonhada antes mesmo de começarmos a conversar.
- E aí?
Ele me olhava e eu continuava calada.
- Como conseguiu o numero do quarto?
Me mantive quieta.
- Veio fazer o que aqui?
- Te ver...conversar...
Ele ficou parado ali, sorrindo pra mim e eu estava há uns diasinhos sem vê-lo. Senti meu corpo esquentar. Fui encará-lo, parando na sua frente e sorri conforme ele me olhava.
- Eu disse que vinha pela turma,não disse? - ele disse quebrando o clima, mas eu o queria um pouco mais e não desisti de conseguir um sorriso que gravasse em seu olhar meu nome.
- Pensei que pudesse desistir por que eu tou aqui.
- Nunca!
Foi onde ele olhou dentro dos meus olhos, levantando e segurando por trás da minha nuca. Era uma mirada brilhante, certeira e apaixonada, como eu havia pedido à Deus desde o dia que o conheci. Me deu vontade de chorar naquele momento, por que tocava uma musica particularmente nossa em seu iPod e eu pude escutar, era "Sem radar - LS Jack", só consegui abraçá-lo. Ele tocou minha cintura, me fazendo arrepiar como só ele conseguia. Aos poucos nossos rostos ficaram frente a frente e os lábios se encontraram naturalmente, algo que era inevitável. Por tanta vontade daquele beijo ele dava apertões em minha cintura, me fazendo rir, mas me controlando em suas mãos.
- Já aceito você dizer que me ama - falei sorrindo.
Ele se afastou um pouco e sentou na cama.
- Vem cá, vem.
Enquanto ele gesticulava com as mãos fui em sua direção e sentei-me do seu lado na cama e coloquei minha cabeça apoiada em seu ombro.
- O que foi?
- Eu não quero dizer te amo por que você pede, eu só quero dizer quando eu sentir.
- E o que você sente?
- Que tou aprendendo a te amar - ele deu aquele sorriso mais aberto e perfeito que só ele tinha.
Olhei pra ele fazendo biquinho e entrelacei nossas mãos. Ele deu um beijo no meu pescoço.
- Você é tão grande na minha frente, sabe?
- Sei sim, você é minha baixinha.
Nós dois rimos.
- Não Gui, tou falando assim, tudo que você faz é tão exposto, tão grande e as pessoas buscam isso, saber de você e você faz tudo tão bem, chega a causar inveja em mim, sou uma quase nada, até me pergunto como foi gostar de mim.
- Eu também não sei, só rolou. Vai que ficamos juntos em outras vidas e nossos fantasmas voltaram pra nos atormentar a fazer nós dois ficarmos juntos.
- Ai Gui vira essa boca pra lá, eu tenho medo dessas coisas.
Nisso chegou o Thiago no quarto e nos olhou com os olhos do tamanho daquele fruto,ou é fruta:o guaraná! Eu fiquei pasma do espanto dele, eu achava que todos já sabiam do meu lance com Gui.
- O que estavam fazendo aqui, sozinhos? Como conseguiu o numero do quarto?
- Mas eu já sou vip Thiago - eu ri e o Gui também.
- Verdade amor!
- Amor?
O David chegou sozinho e ficou parado na porta também.
- Então rolou? É isso aí garota!
- Como assim? Como assim, é isso aí garota? Já planejavam pra que ela me seduzisse? - ele ria.
- Não é bem isso, eu só dei um empurrãozinho.
- Que tipo de empurrãozinho?
- Isso tudo tinha que acontecer eu acho, vocês. Só digo uma coisa, não digo é nada.
- Vem Thiago, vamos deixar eles, eles precisam conversar um pouco.
- Não, eu vou ficar aqui.
- THIAGO - eu e David falamos.
- Não, tudo bem, a gente vai um pouco na praia, vamos? Você pode levar a Renata, David.
- E eu quem levo? - Thiago respondeu.
Todos ficaram calados e rindo, pois os únicos que namoravam ali era o Gui e o David, quer dizer, eu e Gui não estávamos namorando, mas ele tinha um par e por mim eu não sairia do lado dele.
Morri da fala do David Só digo uma coisa, não digo é nada. KKKKKKKKKKKKKKKKKK AMEI.
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